Postado por Amadeus Orleans
Esses primeiros dias de blog foram corridos demais..
Sendo assim, não pude escrever nada específico para o momento.
Então, aproveito para inaugurar minha participação com uma crítica social em forma de poesia, escrita por mim há algum tempo.
Cena da Sé
A mulher estava deitada na calçada.
Mulher não, senhora.
Deitada não, abandonada.
Calçada não, calvário.
Cobertor e papelão aqueciam do frio.
Véu e caixão escondiam a moribunda.
Os passantes não viam.
As almas transeuntes eram cegas.
Só um gato acompanhava o martírio.
Era a extrema unção.
O chão de poças era o solvente da sua dor
Que não se dissolvia.
Eis o índice de solubilidade: indiferença.
A mulher estava deitada na calçada.
Mulher não, senhora.
Deitada não, abandonada.
Calçada não, calvário.
Cobertor e papelão aqueciam do frio.
Véu e caixão escondiam a moribunda.
Os passantes não viam.
As almas transeuntes eram cegas.
Só um gato acompanhava o martírio.
Era a extrema unção.
O chão de poças era o solvente da sua dor
Que não se dissolvia.
Eis o índice de solubilidade: indiferença.
Abraços!
Um comentário:
Gostei, de novo...
Sensível. Bonito. Trágico.
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